domingo, 7 de junho de 2009

Budapeste - 2009

de Walter Carvalho

baseado no livro de Chico Buarque o filme mostra uma capital húngara diferente do que todos imaginam. a primeira frase do filme ilustra bem isso. José Costa, o protagonista diz que achava que a cidade era cinza, mas que na verdade ela era amarela. é bonito, sensível e reflexivo. o filme trata da história de um escritor sem reconhecimento, pois todos os seus livros, biografias em geral, são feitos sob encomenda e ele o fazia pelo dinheiro. vendia suas palavras e sua literatura. tudo isso até o momento em que teve a oportunidade de ir uma vez a Budapeste. ali, envolto em torno do tema de tentar aprender uma língua da qual ele nem mesmo conseguia saber onde terminavam e começavam as palavras, acabou se apaixonando por uma jovem húngara, que lhe ensina muito mais que sua própria língua. de volta ao Brasil descobre que sua mulher havia lhe traído justamente com seu último cliente. ele abandona tudo e regressa a Hungria, onde sem dinheiro e com pouco conhecimento da língua, começa a ter que trabalhar para pagar as contas e estudar ainda mais para compreender as nuancias do idioma. Kriszta, a jovem húngara o ajuda e lhe consegue um emprego em uma faculdade, onde ele pode aprimorar seu idioma e começa a trabalhar como free lancer com o mesmo que fazia no Brasil, um escritor anônimo que vendia suas letras. após escrever e vender um livro inteiro de poesias, entra em conflito seu lado mercenário e seu lado artista. se não bastasse, ele é deportado ao seu país de origem por carregar documentação irregular, deixando para trás, Kriszta e um livro autoral que estava a escrever em Hungaro. o ex-marido de Kriszta publica seu livro e faz dele reconhecido e famoso na Hungria, onde é convidado a voltar e se estabelecer.

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terça-feira, 12 de maio de 2009

psicho - 1960

de Alfred Hitchcock

um clássico do suspense. um marco na história do cinema, sem nenhuma sombra de dúvida. ao espectador resta uma dúvida sobre a relação da psicose com a ganância. mas logo é esclarecida, quando a história toma proporções maiores e o verdadeiro psicótico é um assassino totalmente louco e obcecado. investigação policial, momentos de tensão, acompanhados sempre da marcante trilha do filme que prediz que algo ruim irá acontecer, causando, antecipadamente medo e tensão. ao final, a ganância e a desonestidade são deixados de lado tamanho é o surto psicótico do personagem principal, um antagonista que vai ganhando importância e destaque a medida que sua história se revela. essa obra prima do cinema é um excelente exemplo de como se contar uma história e deixar o expectador preso a cada detalhe, esperado o caso ser desvendado e o personagem do assassino assumir sua dupla face.

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segunda-feira, 11 de maio de 2009

Vicky Cristina Barcelona - 2008

de Woody Allen

poesia no mais típico estilo de Woody Allen. um leve toque de humor, conflitos bipolares, tão frequentes em seus últimos filmes. uma dupla que se ama e se odeia, dividem o objeto de desejo e sempre retomam seu caminho inicial. para a beleza do filme, basta o cenário maravilhoso que Barcelona oferece, sustentado ainda por algumas cenas em Oviedo, a plástica do filme é de gerar nostalgia, principalmente para quem conhece a capital catalã. o tema, além do romance impossível e, porque não, quase surreal, permeia os caminhos da arte, da vida cultural, tão latente e respeitada em Barcelona. cultura catalã, pintura, fotografia, música espanhola e poesia são temas recorrentes e atividades dos principais persoangens. um gancho fácil para entreter os espectadores. a trama vai pelos tão tradicionais desencontros e trapalhadas que os personagens de Woody Allen conseguem se meter com tanta facilidade. um pouco da furia espanhola se estampa no filme, assim como o sentimentalismo silêncioso que se controi entre olhares e taças de vinho. apesar do desfecho tão padrão e clichê, pertinente às últimas obras do diretor, o filme é bem interessante, divertido e ainda com uma vertente bem sensível em relação ao olhar de um artista sobre a vida. sensibilidade essa não tão evidente ao tratar das relações interpessoais, que tratando de temas polêmicos com naturalidade, terminam muitas das vezes por ignorar tabús vigentes na sociedade e que, nem sempre, são tão simplistas de serem tratados. esse olhar, livre de preconceitos, se assimila muito ao olhar catalão, isso sim é bem verdade, talvez por isso soe um pouco estranho em um discurso em inglês.

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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

das cabinet des dr. Caligari - 1920

de Robert Wiene
filme alemão realizado logo após a primeira guerra mundial. e é um filme impressionante. a forma como trabalham as linhas de composição da imagem e da cena. cenários pintados de forma um tanto quanto extravagante, portas em formatos surreais. perspectivas ousadas apoiadas pela pintura e pela iluminação. é claro a busca de uma intenção estética que tenha sua própria linguagem. pensando no que havia sido feito até então, uma nova proposta se abria para ser trabalhada no audiovisual. uma história cheia de voltas e reviravoltas. com seus níveis de complexidade um tanto estranho já que grande parte da história se concentra no sonâmbulo, mas em outros dois terços, não em tempo, mas em tema, o assunto dá duas reviravoltas. é diferente, é interessante. é uma maneira de fazer. ainda assisti uma cópia tratada em cores tal como imaginava o realizador. cores na verdade aí era só um pouco a temperatura de cores porque variavam entre tons de azuis e amarelados e alaranjados. e ainda tive que dar uma nova calibrada na tv. mas foi muito interessante ver os detalhes dos semi tons das cores nas perspectivas e profundidade de campo exploradas.

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terça-feira, 15 de janeiro de 2008

the birth of a nation - 1915

de D.W. Griffith

este sim é o primeiro longa. com planos mais trabalhados, intento de uma pós produção um pouco mais pensada, apesar da montagem ser totalmente clássica. pode se perceber uma narrativa um pouco mais elaborada e preocupada em criar pontos de tensão e reviravolta. quase que em tom documental a respeito da guerra de secessão norte americana, é o reflexo do que era o cinema na época, muito do registro e da reconstrução da realidade. porém muito linear e repetitivo as cenas de guerra e angustia da família que espera pelo fim da guerra. a mim, deu sono, e por mais de uma vez, já que algumas vezes parecia estar tendo um déjà vu de uma cena vista poucos minutos antes.

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terça-feira, 8 de janeiro de 2008

the great train robbery - 1903

de Edwin S. Porter

se não me engano, é o primeiro filme da história do cinema. ou pelo menos o primeiro com a intenção inicial de fazer uma narrativa, digamos, linear e que pretendia chegar a algum lugar. um filme muito simples. curto. com planos sem muita ousadia. narrativa previsível. mas o suficiente para ser o primeiro passo dentro da construção de um cinema baseado em roteiros e que daria o que pensar aos fotógrafos, sonidistas e montadores, já que ali nada disso havia sido explorado, e quiçá nem mesmo pensado. eu o entendo como a semente. cru e mesmo necessitando de muitos cuidados, não menos importante.

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